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domingo, 20 de dezembro de 2009

Gruta

Entro na gruta, pura escuridão.

Passos incertos, pedras frias, sonhos firmes alicerçam a caminhada.
Olhar curioso, atento, estranhas formas,
Buracos, entranhas, estranhos desejos,
Medos, presos então a firmes chão.
Sensação. Cavidades. Caverna.

Não há luz, senão a do alto da caverna.
Uma íris em busca de luz.
Uma luz iluminando olhos da caverna.
Sozinha no escuro, numa direção.

Traço azul que ilumina o poço.
Descubro poço que esconde precipício.
Poço mágico de escorços de cavernas.

Agora água e pedra se abraçam, se dependem, se precisam.
Agora sede e frio. Mergulhar no próprio abismo.
Dor e prazer : água gelada. Poço da gruta. Purificada.
Que abraça o corpo aflito, que pede alma, quente por dentro.
É o corpo que deságua na gruta que não me permite ver.
Apenas ouvir ecos de gotas, de lágrimas, sangue, solidão.

Lá fora, está tudo muito claro. Não há vazio. Não há ecos.
Nem poço. Nem labirintos.
Apenas precipícios do que não queremos ver.

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